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Após o exemplo de judocas brasileiros oriundos de projetos sociais que fizeram sucesso nas Olimpíadas, como a medalhista de ouro Rafaela Silva, do Rio de Janeiro, outro projeto na Bahia, a Associação Camelot, que funciona no bairro de Amaralina, passou a receber mais interessados em praticar o esporte. Mas a instituição, que atende gratuitamente crianças e jovens carentes da comunidade, está precisando de ajuda para continuar formando campeões, como a jovem judoca Raissa Ventura, de 12 anos, campeã brasileira em sua categoria durante campeonato disputado em Belo Horizonte, em abril.
Os juízes do Trabalho Rosemeire Fernandes (presidente da Amatra5) e Agenor Calazans (coordenador do programa Trabalho, Justiça e Cidadania) visitaram a instituição nesta quarta-feira, 17, para conhecer de perto o trabalho e ficaram impressionados com a ação desenvolvida pela Camelot.
“Exemplos como esse precisam ser mais valorizados pela sociedade. A juventude é o futuro e patrimônio de nosso país, mas é preciso investimento para uma vida plena”, destacou a presidente da Amatra5, que conversou com os responsáveis pela associação, Rita Vidal e José Carlos Ledo, este professor de judô.
O juiz Agenor Calazans ressaltou que toda atividade que contribua para a formação dos jovens deve ser abraçada pela sociedade. “Eles aprendem, no judô, noções de respeito, disciplina e convivência humana. Iniciativas como essa deveriam acontecer em outros bairros de Salvador” disse o magistrado, que aproveitou a visita para conhecer um pouco as regras do esporte.
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O pai de uma das crianças beneficiadas, Arnaldo de Jesus Nascimento, 60 anos, acha o projeto fundamental para a comunidade, que tem poucas opções de esporte. “Aqui a criança forma o seu caráter e fica longe dos vícios”, disse o pai de Júlia, de 10 anos, que há dois meses aprende judô na Camelot.
Ajuda da Amatra5
Associados da Amatra5 já ajudaram os jovens Raissa Ventura e Rafael Messias, no início do ano, quando eles foram disputar campeonato em Minas Gerais. O Desembargador Renato Simões, inclusive, doou um kimono ao jovem atleta.
A dirigente da Associação Camelot, Rita Vidal, destaca que magistrados são padrinhos e madrinhas de algumas crianças, mas a instituição precisa de mais ajuda.
O juiz Paulo Temporal é um exemplo. Ele conta que há 14 anos é padrinho na instituição e seu primeiro “afilhado” é hoje professor de educação física. “Recomendo aos colegas magistrados que sejam parceiros da Camelot, pois é uma boa maneira de ajudar a sociedade”, disse o juiz.
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Fundada em setembro de 2001, a Associação Camelot é uma ONG que cuida de crianças carentes, mantida pelas doações da comunidade e de servidores e juízes do Trabalho, que apadrinharam esse projeto, mediante contribuições mensais descontadas em folha de pagamento, em convênio com o TRT.
A associação tem como objetivo promover a inclusão social de crianças e jovens das comunidades do Nordeste de Amaralina, Vale das Pedrinhas, Santa Cruz e Chapada do Rio Vermelho, por meio dos ensinamentos das artes marciais. Atualmente, a instituição atende, gratuitamente, cerca de 150 crianças e adolescentes.
Doações: Caixa Econômica Federal
Ag. 1509 / Op. 03/ Conta: 03000011-0
Tel: (71) 3347-9852/99106-2222
Na foto 1, o juiz Agenor Calazans, o professor José Carlos Ledo, a juíza Rosemeire Fernandes e alunos da escola.