Moção de apoio ao ato contra as reformas da Previdência e Trabalhista
Abrindo os nossos trabalhos de hoje peço licença a todos para deixar registrado que estamos,infelizmente, vivendo no país um tempo de boçalidade e arrogância; de estupidez e cretinice; de conveniências e subserviências, de afronta a todo o povo de uma nação. Parlamentares que deveriam dar o exemplo de respeito ao voto de milhões de eleitores e velar pela democracia social, empenham-se em destruir direitos e instituições em nome de interesses de grupos, fragilizando todo o sistema político. Tempo de parlamentares que não honram nem dignificam o parlamento.
Tempo de informações deturpadas, capciosas, tendenciosas; Tempo da arrogância do dinheiro vilipendiando as instituições; de forças enquadrilhadas entregando a riqueza do país; de desmonte da educação, de ataque sistemático ao que há de mais sagrado que é a educação de um povo; de relativização de direitos, de violação de direitos fundamentais, de afronta à Constituição com a tentativa de impor uma nova Constituinte a ser forjada por interesses espúrios, contrários a toda a discussão e a todo o trabalho que se teve para a construção de uma constituição cidadã no país, jogando no lixo todas as conquistas sociais, todas as conquistas democráticas, toda a esperança de se construir um país mais justo, mais verdadeiro, mais honesto, mais igual. Um tempo de protagonizações equivocadas, esdrúxulas e descabidas de representantes dos poderes; de transformações de vilões em heróis, apenas por interesse midiático.
Tempo de desconstrução da história real para transformá-la em ficção, para escrevê-la à luz de interesses menores. Tempo de extermínio da vergonha e da moralidade; tempo de predomínio da aparência sobre o real; da insegurança capital, da dúvida sobre o futuro. Da destruição da esperança de nos tornarmos uma nação poderosa e soberana onde reine o equilíbrio. Tempo onde o capital é o senhor da vida e os homens apenas seus servos e súditos. Tempo onde a doçura e a compreensão cederam lugar ao ódio discriminado, tempo de desarmonia social, de violação das regras do jogo.
Sem darem a menor importância ao clamor popular, às instituições, às igrejas, à própria Justiça, empurram goela abaixo do povo brasileiro, reformas açodadas, sem a devida e necessária discussão legislativa.
Em razão desses ataques, que visam retaliar e destruir a Justiça do Trabalho e o Direito do Trabalho, suprimindo direitos dos trabalhadores, conquistados ao longo desses 70 anos de existência, a Amatra5, a OAB, a Abat , a Abrat e o Sindjufe, promovem hoje um ato contra as reformas Previdenciária e Trabalhista, a se realizar às 11 horas, na porta da Justiça do Trabalho, no Comércio, num grande abraço a essa instituição, convocando advogados, magistrados, servidores e toda a sociedade para dele participarem.
Quero propor uma moção de integral apoio à iniciativa, lamentando não poder dela participar em razão dessa sessão, mas oficiando às lideranças dela encarregadas a total solidariedade desse colegiado.
Entendo, como elas, que resistir é preciso.
Renato Simões, na sessão da 2a. Turma do TRT5.
26/04/2017