A Juíza Léa Nunes, coordenadora do movimento pela Conciliação no TRT5, ministrou ontem à tarde, no auditório da Escola Judicial do Tribunal, um curso de técnicas de conciliação para juízes da 1ª instância do Regional e, mais tarde, no gabinete da Desembar-gadora Delza Karr, falou dos mesmos procedimentos aos desembargadores presidentes de turmas. Todo o conteúdo transmitido pela magistrada faz parte de procedimentos distribuídos pelo Conselho Nacional de Justiça em treinamentos realizados em Brasília nos meses de agosto e outubro e deverão nortear as ações do TRT na Semana da Conciliação, que ocorre dos dias 4 a 7 de dezembro.

Os procedimentos enfocados pela Juíza levam em conta aspectos que vão desde a qualidade do tratamento dispensado pelos magistrados às partes, à constituição de um ambiente harmônico, com o reconhecimento de sentimentos e dificuldades individuais para chegar à composição. Segundo a magistrada, a conversação nunca deve começar pela quantificação da demanda, o conciliador precisa ouvir com atenção os litigantes, sondar interesses e estimular as partes à composição, reconhecendo o esforço que cada um desenvolve para superar barreiras, ouvindo e respeitando o lado contrário.

"A audiência de conciliação precisa de um tempo mínimo de 30 a 40 minutos, e a flexibilidade deve ser a tônica. As partes não podem ser constrangidas em função do tempo, embora a reunião precise ser objetiva. O ambiente também influencia, na medida em que reclamante, reclamado e advogados precisam avaliar com tranqüilidade as propostas em negociação", explicou a Juíza Léa Nunes. A magistrada ressalta que o mais importante na cultura da conciliação é a satisfação das partes, que devem sair seguras da sua capacidade de dirimir futuros conflitos.