Livro de Stella Góes aborda convivência com o Mal de Parkinson
01 de fevereiro de 2006


O desafio representado pela convivência com o Mal de Parkinson é tema do livro "Resgatando a Vida", escrito por Stella Soares Góes, uma senhora de 78 anos, que vem enfrentando a doença a oito anos de forma corajosa e decidida. O livro, em sua segunda edição, pode ser adquirido na sede da Amatra 5 e nas livrarias LDM e Civilização Brasileira, em Salvador.



Viúva do juiz do trabalho Dalmo de Araújo Góes, falecido em 1976, Stella Góes começou a sentir os primeiros sintomas do Mal de Parkinson em 1997. Enrijecimento das articulações, calcificação nos ombros e redução dos movimentos corporais foram as primeiras manifestações da doença, que é degenerativa, progressiva e incurável. "Os movimentos, o falar e o pensar vão se tornando cada vez mais lentos. Com o passar do tempo, a tendência é parar tudo", afirma Stella.



O mais grave, segundo ela, é que vai se perdendo também a noção de espaço, de direção e de eixo do corpo, o que pode provocar quedas muitos constantes. "Felizmente, eu nunca caí", garante, explicando que o mal ataca o sistema nervoso central.



Para enfrentar a doença, Stella vem se utilizando de todas as alternativas possíveis - desde os medicamentos até uma boa dose de atividade física. Atualmente, é obrigada a tomar 10 medicamentos diferentes, em especial aqueles à base de dopamina, substância que falta no sangue daqueles que possuem a doença.



Três vezes por semana, faz aulas de dança de salão, o que tem ajudado a reverter o enrijecimento das articulações. "O exercício e o movimento conseguem combater a inércia e a rigidez do corpo. A dança é uma maravilha, pois me permite a conexão entre o corpo e alma", afirma ela, que vem fazendo aulas de dança há dois anos.



Na sua visão, entretanto, a principal arma no combate ao Mal de Parkinson é não ter medo da doença. É saber que ela existe, mas que é preciso enfrenta-la com determinação e coragem. "Dialogo muito com Parkinson, com se ele fosse uma pessoa. É uma queda de braço entre eu e ele. Mas sempre penso que não estou doente", relata.



Para os que convivem com o mal, Stella Góes dá um conselho: "Que as pessoas procurem amar a vida e amar a si mesmos. Essa é a receita para se enfrentar qualquer problema na vida".

 



 


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