O Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC) cumpriu mais uma etapa em Lauro de Freitas na última quinta-feira, 21, quando quatro magistrados coordenaram oficinas com os professores da rede municipal de ensino no Colégio Dois de Julho, em Itinga. A ação visou capacitar os professores para que eles possam aplicar os conteúdos do programa em sala de aula em suas respectivas disciplinas.
Participaram os juízes Agenor Calazans (com professores de Filosofia, Sociologia, História, Geografia e Religião); Clarissa Magaldi (Matemática); Silvia Isabelle (Línguas Portuguesa e Inglesa e Artes) e Gerúzia Amorim (Ciências). Cada turma debateu as estratégias para a aplicação da Cartilha do Trabalhador em sala de aula, sempre com a mediação dos magistrados, que aproveitaram para tirar dúvidas dos docentes sobre alguns temas envolvendo o Direito do Trabalho.
O grupo de Matemática, por exemplo, definiu que serão realizadas oficinas para calcular horas extras, assim como férias e 13º salário, assim como problemas matemáticos práticos do cotidiano dos trabalhadores. Já no grupo de Línguas e Artes, uma das equipes definiu que vai realizar uma pesquisa com os alunos (a maioria deles trabalhadores) para saber a demanda deles em relação a esse universo. Outra sugestão é analisar um contrato de trabalho como gênero literário, destrinchando o texto e explicando os termos pouco usuais nesse tipo de documento.
O professor Paulo Magalhães, que ensina Matemática no Colégio Edvaldo Boaventura, gostou da iniciativa. Disse que realizar com os alunos cálculo de horas extras e assim mostrar na prática aos estudantes os seus direitos. “Os alunos precisam se conscientizar sobre essa área para não serem explorados”, destaca o professor, que dá aula para turmas de 6º e 7º anos.
A pedagoga Isaura Barbosa, da Escola José Ramos, também está satisfeita com a aplicação do programa em Lauro de Freitas. “É uma iniciativa salutar e que veio em boa hora, pois a área de educação está carente desse tipo de informação”, disse.
O trabalho em Lauro de Freitas foi iniciado neste segundo semestre com palestras sobre aspectos da Cartilha do Trabalhador, como Carteira de Trabalho, férias, FGTS e hora extra. As cartilhas foram distribuídas aos professores, que vão aplicar em sala de aula. As próximas etapas são sessões de tira-dúvidas, visita ao Fórum Trabalhista e a culminância, é quando os alunos demonstram, de forma lúdica, o que aprenderam em sala de aula.
O TJC funciona com a participação efetiva de magistrados da Justiça do Trabalho, advogados, procuradores e professores, que levam noções básicas de direitos fundamentais, do trabalho, da criança e do adolescente e do consumidor, além de ética e cidadania. A iniciativa é da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados Trabalhistas) e aplicada nos estados pelas Amatras. Atualmente o programa é aplicado em Salvador (Colégio Alípio Franca e Sagrado Coração de Jesus) e em escolas municipais de Feira de Santana e Lauro de Freitas.
Na última foto: Gerúzia Amorim, Agenor Calazans, Silvia Isabelle e Clarissa Magaldi
