A Anamatra, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgaram na tarde desta terça-feira (09/04) nota pública na qual comentam o clima que permeou a reunião ocorrida no gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. A seguir, a íntegra da nota:
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes
Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da
Justiça do Trabalho (Anamatra), entidades de classe de âmbito nacional da
magistratura, considerando o ocorrido ontem (8) no gabinete do presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), vêm a público manifestar-se nos seguintes
termos:
1. O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, agiu de forma
desrespeitosa, premeditadamente agressiva, grosseira e inadequada para o
cargo que ocupa.
2. Ao permitir, de forma inédita, que jornalistas acompanhassem a reunião
com os dirigentes associativos, demonstrou a intenção de dirigir-se aos
jornalistas, e não aos presidentes das associações, com quem pouco dialogou,
pois os interrompia sempre que se manifestavam.
3. Ao discutir com dirigentes associativos, Sua Excelência mostrou sua
enorme dificuldade em conviver com quem pensa de modo diferente do seu, pois
acredita que somente suas ideias sejam as corretas.
4. O modo como tratou as Associações de Classe da Magistratura não encontra
precedente na história do Supremo Tribunal Federal, instituição que merece o
respeito da Magistratura.
5. Esse respeito foi manifestado pela forma educada e firme com que os
dirigentes associativos portaram-se durante a reunião, mas não receberam do
ministro reciprocidade.
6. A falta de respeito institucional não se limitou às Associações de
Classe, mas também ao Congresso Nacional e à Advocacia, que foram atacados
injustificadamente.
7. Dizer que os senadores e deputados teriam sido induzidos a erro por terem
aprovado a PEC 544, de 2002, que tramita há mais de dez anos na Câmara dos
Deputados ofende não só a inteligência dos parlamentares, mas também a sua
liberdade de decidir, segundo as regras democráticas da Constituição da
República.
8. É absolutamente lamentável quando aquele que ocupa o mais alto cargo do
Poder Judiciário brasileiro manifeste-se com tal desprezo ao Poder
Legislativo, aos Advogados e às Associações de Classe da Magistratura, que
representam cerca de 20.000 magistrados de todo o país.
9. Os ataques e as palavras desrespeitosas dirigidas às Associações de
Classe, especialmente à Ajufe, não se coadunam com a democracia, pois
ultrapassam a liberdade de expressão do pensamento.
10. Como tudo na vida, as pessoas passam e as instituições permanecem. A
história do Supremo Tribunal Federal contempla grandes presidentes e o
futuro há de corrigir os erros presentes.
Brasília, 9 de abril de 2013.
NELSON CALANDRA Presidente da AMB
NINO OLIVEIRA TOLDO Presidente da Ajufe
JOÃO BOSCO DE BARCELOS COURA Presidente em exercício da Anamatra
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