Empresas baianas têm potencial para absorver um número maior de jovens aprendizes

Quase 40 mil jovens aprendizes poderiam ser contratados pelas empresas baianas se todas cumprissem a legislação e incluíssem essa categoria para trabalhar em suas instalações. Esse número foi apresentado pela presidente do FOBAP (Fórum Baiano de Aprendizagem Profissional), a Auditora Fiscal do Trabalho Marli Pereira, durante a abertura do II Feira de Aprendizagem Profissional da Bahia, realizado nesta quinta-feira, dia 10, no Hotel Othon Palace, em Ondina. Marli fez uma breve explanação sobre a legislação referente ao menor aprendiz e destacou que apenas 42% (16.680 jovens) estão contratados na Bahia, ou seja, existe um longo caminho a ser percorrido até que os empresários entendam a importância dessa mão de obra em seus quadros.
Marli ressaltou ainda que o FOBAP está fazendo novas parcerias (como a Neojiba) e que o empresário do interior da Bahia ainda precisa ser sensibilizado. A presidente do Fórum lembrou ainda que a Reforma Trabalhista, recentemente sancionada pelo presidente da República, não afetou esse segmento, portanto as empresas enquadradas nos requisitos da lei devem continuar absorvendo os jovens. A legislação determina que todas as companhias de médio e grande porte tenham entre 5% e 15% de jovens na condição de aprendiz.
A Amatra5 e o TRT5 estiveram representados no evento pela presidente da Associação, Angélica Ferreira; pela diretora de Aposentados e Pensionistas, Geruzia Amorim; e pela juíza do Trabalho Clarissa Magaldi. Foi um evento grandioso, com mais de 700 pessoas, entre jovens, representantes de instituições formadoras, órgãos ligados ao FOBAP e empresários. Entre as autoridades que participaram da abertura, a superintendente da SRTE-BA, Gerta Schultz; o coordenador da Neojiba Ricardo Castro; o secretário executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, Antônio Correia; o Procurador Chefe do MPT, Alberto Balazeiro; a presidente do Fetipa, Márcia Rabelo, entre outras.

Durante seu discurso, a presidente da Amatra5, no ato representando também o TRT5, destacou a responsabilidade social dos magistrados, que procuram, por meio de suas sentenças, reparar injustiças. Elogiou o trabalho das juízas Geruzia Amorim e Clarissa Magaldi que participaram da organização do evento e estão sempre dispostas a colaborar em ações sociais.
O evento contou ainda com palestras de representantes da União Europeia (Denise Verdade) e da Unicef (Karyna Sposato). A primeira mostrou os programas em andamento e o potencial de investimento em ações sociais por parte dos países daquele bloco econômico. A representante da Unicef abordou os desafios para a implementação da Lei do Aprendiz no Brasil e destacou uma iniciativa interessante que é a rede de empresas pela aprendizagem.
Homenagens
Representantes de empresas da Bahia que contratam jovens aprendizes também foram homenageados com um certificado, um exemplo para os empresários presentes no auditório. A representante de uma das companhias agraciadas disse que o Jovem Aprendiz transcende a questão das cotas e que 80% dessa mão de obra é aproveitada ao final do período, alguns em cargos de liderança. No total foram certificadas 120 empresas.

O momento mais emocionante da parte da manhã foi quando jovens entraram de surpresa no auditório e fizeram uma performance teatral, todos de camisa branca com a inscrição: você me contrataria? O som que ecoava era de mensagens sobre o preconceito e a intolerância e depois cada um deles escolheu um empresário e entregou, simbolicamente, seu currículo. Foi exibido também um vídeo com a música “Não é Sério”, de Charlie Brown Jr, cujo refrão é “Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério/O jovem no Brasil nunca é levado a sério”. Depois, juntos, na frente da plateia, recitaram um texto sobre a capacidade e o potencial que um jovem tem para uma empresa e depois saíram, aplaudidos efusivamente.