Minhas senhoras e meus senhores

Meus queridos amigos

Quero, primeiramente, agradecer à AMATRA, na pessoa da sua presidente, Dra. Angélica de Melo Ferreira, e a todos os Juízes do Trabalho da 5ª Região que, reunidos em assembleia geral, escolheram meu nome para a outorga de tão distinta honraria, concedendo-me a Comenda “Fátima Stern do Mérito Judiciário”, símbolo maior do nosso movimento associativo.

Quero agradecer a todos os servidores da AMATRA 5, representados na pessoa da nossa querida Gal, todo o carinho e atenção dispensados nesse e em todos os eventos da entidade. Obrigado, Gal.

Quero também agradecer a todos os músicos que se fazem presentes, liderados pela flautista Elisa Goritski, que vieram abrilhantar essa festa com uma grande Roda de Choro. Muito obrigado.

Temos a posse da vida e precisamos agradecer e entender que o ar que respiramos e o sol que nos aquece, pertence a todos. Coisas tão essenciais, tão fundamentais, mostram que uma dádiva dessa carece de ser bem cuidada, bem tratada, bem transmitida. Com ela, unidos, corremos atrás da felicidade; com ela, nos tornamos companheiros de jornada, nos socorremos nas necessidades, abastecemos nossas casas e, no amor e na dedicação ao outro, construímos, com inteligência, um mundo onde tudo o que temos, gira em torno da possibilidade de sermos úteis.

Não nos agrupamos à toa. Nos agrupamos para sermos fortes o suficiente para continuarmos respirando e nos aquecendo. E só conseguimos isso, se tivermos amor pelos nossos semelhantes. Só o amor justifica o poder, a autoridade, a técnica, a arte. Aqui estamos para aperfeiçoar os nossos dons e garantir que outros venham em sequência, também para aperfeiçoá-los.

Vivemos um tempo difícil. Um tempo em que o ódio divide e fragiliza a todos. Viramos, com nossas desavenças e desentendimentos, massa fragilizada, massa fragmentada, facilmente dominada, servil e desarticulada.

Precisamos entender, como nos disse Chico (o Xavier) e André (o Luiz) que “O amor é a força divina que frequentemente aviltamos. Tomamo-la pura e simples da vida com que o Senhor nos criou e com ela inventamos o ódio e o desequilíbrio, a crueldade e o remorso, que nos fixam indefinidamente nas sombras...Quase sempre, é mais pelo amor que nos enredamos em pungentes labirintos no tocante à Lei... amor mal interpretado... mal conduzido”.

Sejamos fortes. Saiamos das sombras inventadas. Agrupemo-nos com tolerância e respeito para sairmos do labirinto e reconduzirmos o amor à correta interpretação.

Que a nossa capacidade associativa seja eficaz; que seja capaz de entender e resistir aos ventos impregnados de outro gás que não o oxigênio, que nos brinda e justifica a vida. Que sejamos capazes de iluminar as mentes e aquecer os corações; de retomar os trilhos e os caminhos que possibilitem afastar a ameaça ignóbil de sobrevivência da nossa Justiça do Trabalho, garantindo aos seus juízes o seu real papel. Que saibamos mantê-la altiva, independente, altaneira, sem medos ou temores. Que retomemos os rumos civilizatórios necessários a essa grande nação brasileira.

Que consigamos, unidos e associados, que o trabalho seja digno e o descanso, ao fim da jornada da vida, seja justo e possível.

Só assim se justificará, no meu peito, a honrosa medalha que ora recebo.

Muito obrigado a todos.

Salvador, 27/10/2017

Renato Mário Borges Simões

Desembargador Federal do Trabalho da 5a. Região