Chamar a atenção da sociedade para a dura realidade das crianças que trabalham em carvoarias. Esta é a intenção do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que produziu o primeiro vídeo da campanha "Trabalho infantil: você não vê, mas existe", com foco nessa temática.
Todo o ciclo de fabricação do carvão vegetal implica alto risco aos empregados envolvidos: corte de madeira, transporte da lenha até a porta do forno, abastecimento do forno, acendimento do fogo, vigilância do cozimento, retirada do carvão e outras atividades. Quando existe criança envolvida nesse tipo de trabalho, os malefícios são enormes.
Uma fiscalização realizada pela Polícia Rodoviária Federal, Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho nos municípios de Piracaia, Joanópolis e Pedra Bela, em São Paulo, encontrou 34 pessoas trabalhando em condições análogas à escravidão em carvoarias locais. Dentre elas, sete crianças e adolescentes. Ao todo, dez estabelecimentos foram alvo da blitz e seis acabaram interditados.
Por meio do Decreto Presidencial 6.481/2008, que regulamenta artigos da Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho em carvoaria está incluído na lista das piores formas de trabalho infantil, sendo vedado para qualquer pessoa que tenha menos de 18 anos. No entanto, flagrantes em carvoarias mostram que o problema ainda persiste.