Ato público no Fórum do TRT5 reúne Juízes e Procuradores pela valorização da carreira
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Juízes do Trabalho, Procuradores da República e do Trabalho e Magistrados Federais uniram forças nesta quinta-feira, dia 15, para chamar a atenção da sociedade para os ataques que vêm sofrendo, com projetos de lei que ameaçam a sua independência e dignidade remuneratória. O ato, de caráter nacional, uniu representantes das quatro categorias no Fórum Trabalhista do Comércio para uma coletiva de imprensa, na qual explicaram as razões do movimento e responderam perguntas dos jornalistas.
Participaram a presidente da Amatra5, Angélica Ferreira; a Procuradora da República Ludmilla Vieira, representante da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR); o Juiz Federal Saulo Casali, representante da Associação dos Juízes Federais (Ajufe) na Bahia, e o Procurador do MPT Rômulo de Almeida, representante da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho.
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Após a coletiva, os quatro se uniram a colegas em frente ao auditório do Fórum e promoveram um ato em defesa da magistratura e do Ministério Público, lendo os manifestos produzidos pelas entidades.
Os Magistrados foram unânimes em afirmar que a Justiça Federal e o MP estão sofrendo represálias por terem contrariado muitos interesses, sobretudo após a Operação Lava-Jato.
A nota lida pela presidente da Amatra5, assinada pelas quatro entidades, destaca, por exemplo, que as magistraturas estão sob ataque “em razão da sua atuação técnica e isenta no cumprimento de suas funções constitucionais, notadamente no que atine ao combate à corrupção endêmica que grassa na esfera pública e à preservação dos direitos civis e sociais”.
O procurador do MPT Rômulo de Almeida lembrou que o órgão tem uma forte atuação contra o trabalho escravo e outras formas de exploração. “Precisamos ser valorizados. Se estivermos fracos, não conseguiremos ter atitude de resistência em um cenário como esse”, disse.
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O Juiz federal Saulo Casali, por sua vez, esclareceu que não houve paralisação do Judiciário, mas uma mobilização nacional em prol de categorias que vêm sendo desvalorizadas.
A Procuradora Ludmilla Vieira apresentou alguns resultados da Operação Lava-Jato no Paraná, lembrando, por exemplo, que foram recuperados, por acordo de colaboração, R$ 11,5 bilhões e repatriados R$ 756,9 milhões. No Rio de Janeiro, já foram recuperados R$ 451,5 milhões e parte desses recursos serão aplicados na recuperação de escolas públicas daquele Estado.
Os atos públicos aconteceram também em Brasília/DF, Porto Alegre/RS, São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ e Belém/PA.